Tração elétrica
O mercado de veículos leves eletrificados só começou a dar algum sinal de expansão no Brasil nos últimos anos. No segmento de pesados, no entanto, este tipo de propulsão tem espaço há algumas décadas, segundo aponta a Eletra, empresa brasileira focada no desenvolvimento de caminhões e ônibus com tração elétrica. Iêda Maria Oliveira, diretora de estratégia e gestão, diz que a empresa quer ampliar o negócio de retrofit de veículos, a substituição completa do trem de força a combustão por um elétrico ou híbrido em modelos usados.
A executiva falou sobre o tema durante 8º Simpósio SAE Brasil de Veículos Elétricos e Híbridos, na terça-feira, 13. Segundo ela, a empresa trabalha com este modelo de negócio desde 2010 e agora planeja uma guinada nessa frente: “Nos próximos meses vamos anunciar parceria com algumas transportadoras em que teremos um grande volume de fornecimento desta solução”, conta. Ela não detalha volumes, apenas diz que, até então, a oferta estava concentrada nos segmentos de transporte de bebidas e de veículos refrigerados. Agora a demanda tende a crescer, segundo a executiva.
Promessa é de economia e sustentabilidade
Iêda preferiu não especificar valores, já o custo varia de acordo com o projeto, dependendo do nível de autonomia e, portanto, da bateria que será necessária. Ainda assim, ela estima que a economia gire em torno de 40% na comparação com a compra de um caminhão ou ônibus novo com motorização equivalente. “Garantimos 20 anos de uso para o kit de tração eletrificado usado no retrofit”, conta. E prossegue:
“A grande vantagem é a sustentabilidade. Se você comprasse um ônibus novo, por exemplo, revenderia o antigo a combustão, que continuaria poluindo. Neste caso você roda por mais tempo e com menos emissões”, diz Iêda. |
A executiva lembra que o kit pode ser ainda transferido de um veículo para outro após um período de uso. Assim, se a empresa decide substituir o ônibus ou caminhão, pode aproveitar o mesmo conjunto de tração eletrificada para equipar o modelo mais recente.
Segundo Iêda, diversificar as tecnologias é a melhor estratégia de eletrificação. “O maior erro que podemos cometer como empresa e como país é focar em apenas uma solução, como o etanol ou somente no elétrico. Temos que abrir o leque e, assim, ampliar o nosso potencial.”