Mercado automotivo terá de superar instabilidades para crescer mais rápido

Volatilidade na economia e na política, além da dependência de vendas diretas, amarram expansão maior

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Mercado automotivo no Brasi
De acordo com Trujillo, o Rota 2030 leva a crer que a competitividade brasileira continuará melhorando

Mercado automotivo no Brasil

mercado automotivo no Brasil tem potencial para crescer, mas precisa superar a instabilidade na economia e na política e também sua crescente dependência de vendas diretas a frotistas. Essa foi a visão defendida por Fernando Trujillo, consultor da IHS Markit, durante o Workshop Planejamento Automotivo, #ABPLAN 2020, realizado por Automotive Business na segunda-feira, 19, no WTC Events Center, em São Paulo.

Trujillo conduziu o painel “As projeções da indústria automotiva”. Para ele, as oportunidades para um cenário positivo estão em andamento. Além de um ambiente de crédito propício, o Rota 2030 faz acreditar que a competitividade brasileira seguirá melhorando, “embora ainda não seja o programa ideal”.

Retomada dos investimentos em infra-estrutura

Outro ponto a ser levado em consideração para as projeções positivas é a possível retomada dos investimentos em infra-estrutura, com as concessões privadas de aeroportos, rodovias e portos.

O consultor admite que os riscos não ficam de fora e precisam ser considerados. O momento vivido pela Argentina pode afetar ainda mais a economia brasileira, bem como a dificuldade de gerenciamento e a inexperiência do atual governo.

A baixa competitividade em tecnologia e custos também necessita de revisões frequentes para o Brasil não perder o compasso da globalização.

Em rota de crescimento moderado

Caso se cumpram as perspectivada IHS Markit apresentadas por Trujillo, as vendas de automóveis e comerciais leves fecharão 2019 na casa dos 2,84 milhões de emplacamentos, crescerão para 2,99 milhões em 2020 e chegarão a 3,1 milhões no ano seguinte. Marcas como Chevrolet, Hyundai, Toyota, Renault e Fiat deverão ampliar suas vendas em 2020, com destaque para lançamentos, especialmente de SUVs, a partir de 2021.

De acordo com o consultor, esses números consideram uma situação macroeconômica com inflação estável, taxa de juros com viés de queda, patamar do dólar representando baixo risco para as vendas e conclusão da reforma da Previdência até setembro.

“Caso a reforma atrase, muito provavelmente teremos que rever os números”, adverte Fernando Trujillo.