Indústria 4.0, autopeças brasileiras em projeto-piloto mundial

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Em tempos de Indústria 4.0, internet das coisas, carro autônomo e tantas outras revoluções, acompanhar o ritmo dos grandes fabricantes não é fácil para as pequenas e médias empresas, sejam elas do Brasil ou de outra parte do mundo.

É o que admite Maurício Muramoto, diretor de Inovação da Sindipeças, engajado atualmente em um projeto do Fórum Econômico Mundial, que além da entidade envolve também parceria com o governo do Estado de São Paulo e o IPT, Instituto de Pesquisas Tecnológicas.

Juntos irão realizar projeto-piloto com o intuito de implantar tecnologias da indústria 4.0 nas pequenas e médias empresas, com foco em internet das coisas (IoT). O objetivo é desenvolver políticas públicas para a implantação das novas tecnologias em larga escala.

“O Fórum Econômico Mundial detectou que a introdução da indústria 4.0 seria difícil no mundo todo. Daí a ideia de um projeto piloto. O Brasil se candidatou, por meio do Ministério da Economia, e foi escolhido para sediá-lo. Fomos então convidados para integrar o projeto-piloto, assim como a indústria aeronáutica. Dependendo dos resultados, o projeto será estendido para outros países e outras áreas”, comenta Muramoto.

O título do projeto é Acelerando o Impacto da Internet das Coisas – Fábrica Inteligente. A princípio estão sendo selecionadas 25 empresas associadas ao Sindipeças para participar do piloto. As empresas elegíveis precisam ter planta fabril no Estado de São Paulo e faturamento anual de até R$ 300 milhões. Também é pré-requisito ter processos de lean ou kanban em toda a empresa ou em algumas áreas.

Segundo Muramoto, não há custo para a empresa na fase inicial do projeto. Isso só ocorrerá na sua implantação e de acordo com resultados de sucesso obtidos com a iniciativa. Junto com o IPT, inicialmente é avaliada a maturidade da empresa candidata ao projeto-piloto. A partir de então se faz uma visita à fábrica.

“O interesse foi grande e já estamos perto de definir as 25 empresas. Isso ocorrerá até o fim deste mês de agosto. Daí vamos iniciar o trabalho com cinco empresas já escolhidas das 25 selecionadas num processo que estamos chamando de pré-piloto”, explica Muramoto.

Até dezembro serão aplicadas as práticas propostas no projeto, como instalação de dispositivos de internet das coisas para monitoramento das máquinas. “Até o fim do ano teremos como medir o retorno em melhoria de eficiência, produtividade e outros indicadores nas cinco empresas escolhidas para estender o projeto para as outras 20”.

O IPT contratou a Deloitte, auditoria e consultoria empresarial, para acompanhar o desenvolvimento das ações no que serão desenvolvidas nessa primeira fase. Também o ITA está participando do projeto.

Dentre os benefícios para as empresas participantes, o Sindipeças destaca alguns itens como o risco compartilhado, possibilidade de avaliar criteriosamente seu estado de desenvolvimento tecnológico ligado à indústria 4.0, possibilidade de financiamento para investimento nas soluções propostas, aceleração do processo de implantação de IoT e alinhamento com práticas que poderão tornar-se parâmetro para modelo mundial.