Fábrica de São Bernardo
Lyle Watters, presidente da Ford América do Sul, afirmou que a empresa continua a negociar com o Grupo Caoa a venda da fábrica de São Bernardo do Campo (SP). Em fevereiro a Ford anunciou que iria encerrar sua operação na planta do Taboão, o que deve acontecer até outubro se a unidade não for vendida.
Em conversa informal com jornalistas na quarta-feira, 7, durante evento que anunciou o lançamento no Brasil e Argentina do SUV Territory , Watters disse que “há motivos para estar otimista com a negociação”, que segundo ele devem chegar a uma conclusão “em poucas semanas”. Recentemente, tanto Watters quanto o empresário Carlos Alberto de Oliveira Andrade, controlador do Grupo Caoa, disseram que esperam concluir o negócio no horizonte dos próximos dois meses – Andrade declarou em recente entrevista à ABTV a possibilidade de fechar a compra da fábrica entre setembro e outubro.
A Ford já iniciou o processo de demissões de trabalhadores na fábrica, encerrou a linha que montava o Fiesta e está montando os últimos caminhões na unidade. A empresa deverá transferir as áreas administrativas para um endereço comercial em São Paulo. Watters diz que manterá sua palavra de fechar a operação até o fim de outubro. O executivo já trata do tema como assunto encerrado para iniciar o que chama de “novo ciclo” da Ford na região.
Otimismo com o cenário econômico
Em sua apresentação no evento da quarta-feira, Watters mostrou estar otimista em relação às perspectivas de crescimento econômico do Brasil e da Argentina. Para ele, as reformas em negociação – como a da Previdência aprovada em segundo turno pela Câmara dos Deputados – “são os combustíveis para o crescimento sustentável da economia”.
“Tanto o Brasil como a Argentina estão buscando estímulos para promover o crescimento econômico. Ao refletir sobre esse cenário, sinto-me realmente otimista e motivado a levar os nossos negócios a um novo nível na região”, afirmou Lyle Watters. |
O presidente da Ford América do Sul também destacou que o recém-anunciado acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia – que ainda deverá ser aprovado pelos congressos dos países envolvidos – é um dos fatores que contribuem para sua percepção otimista. “Esse acordo é um dos maiores já celebrados no mundo. Ele terá uma implantação gradual, mas vai mudar as relações do Brasil e da Argentina com o mundo. Achamos isso muito importante para a região, em particular para o setor automotivo, e vai exigir um intenso trabalho para elevar a nossa competitividade”, disse.