CNI realiza encontro para debater oportunidades em economia circular

Estão abertas as inscrições para evento que será realizado em 24 de setembro, em São Paulo. Especialistas brasileiros e estrangeiros apresentarão tendências para negócios baseados no novo modelo econômico

357

Economia circular

Interessados em entender e identificar oportunidades trazidas pela economia circular podem se inscrever para o Encontro Economia Circular e a Indústria do Futuro, que será realizado em 24 de setembro, em São Paulo. Promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o evento reunirá especialistas brasileiros e estrangeiros que debaterão tendências em relação a esse novo modelo econômico. A empresas Nespresso e Flex apoiam o evento.

Entre os temas que serão debatidos estão a melhoria no ambiente regulatório para a transição à economia circular e caminhos para a indústria brasileira desenvolver novos negócios. Para entender mais do tema, assista à entrevista com o gerente-executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI, Davi Bomtempo.

EXPERIÊNCIA DE SUCESSO – Até 2012, a HP trabalhava com vários parceiros locais em seu programa de reciclagem, mas não conseguia atingir o nível de eficiência e produtividade que desejava para impulsionar seu progrsso em direção a economia circular. Foi então que procurou o Flex, grupo multinacional especializado em manufatura de equipamentos eletrônicos para grandes marcas, para a criar o Centro de Reciclagem e Inovação, localizado ao lado das instalações de manufatura para computadores e impressoras HP.

A proposta da HP, no entanto, envolvia a desmanufatura. Ou seja, a Flex deveria recolher os equipamentos da marca HP, desmontá-los e transformá-los em matéria-prima para produtos novos. Assim nasceu em 2012 o Sinctronics, centro de inovação do grupo Flex com sede em Sorocaba (SP), que hoje, além da HP, trabalha para marcas como Lenovo, Panasonic, AT&T e Toshiba.

Economia Circular
 Material em processo de reciclagem

Mensalmente chegam à sede do Sinctronics, em Sorocaba (SP), uma média de 300 toneladas de servidores, impressoras, desktops, monitores, notebooks, celulares e suprimentos de impressão descartados e resíduos industriais. Cerca de 90% sai de lá transformado em matéria-prima ou em produtos novos. Carcaças de cartuchos de tinta, tampas de notebooks e outros objetos de plástico, por exemplo, são derretidos e transformados em um filamento, utilizado nas impressoras 3D para modelar novos objetos.

Carlos Ohde, diretor de inovações da Flex Brasil

ZERO RESÍDUO – Dependendo do estado de conservação, máquinas, como impressoras e computadores, tanto podem ser processados e reciclados. Também ganham nova utilidade papelão, ferro, cobre, plástico, alumínio. “Tem parte de produtos, em torno de 5%, que não conseguimos fazer a separação adequada, porque têm um poder energético, então acabam virando energia”, explica Carlos Ohde, diretor de inovações da Flex Brasil.

Por conta disso, nenhum resíduo é enviado para o aterro. “Trabalhamos com o conceito de zero aterro. Inclusive, recebemos a certificação internacional Zero Waste, da Zero Waste International Alliance (ZWIA). Não só o Sinctronics, mas toda a operação da Flex em Sorocaba não produz nenhum lixo”, afirma Ohde.

A sinctronics tem um sistema próprio de logística reversa que diminui em até 30% os custos das indústrias com o recolhimento e reciclagem de seus produtos. Em 2016, a empresa criou um sistema online pelo qual clientes e consumidores podem agendar coleta de resíduos e consultar o andamento das solicitações, o que garante a rastreabilidade de todo o processo.

Todo mês chegam à sede do Sinctronics, em Sorocaba, uma média de 300 toneladas de material para reciclagem

SAIBA MAIS – Para se inscrever no encontro, clique aqui.