Argentina lança incentivo à compra de veículos

Programa Junio 0Km tenta reaquecer o mercado com descontos que vão valer 30 dias

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rograma de incentivos Junio 0KmPrograma de incentivos Junio 0Km

O governo da Argentina e a Adefa, associação que reúne as fabricantes de veículos no país, lançaram em conjunto o programa de incentivos Junio 0Km (Junho Zero-Quilômetro), que garante descontos sobre o preço de veículos novos, com a intenção de impulsionar as vendas do setor, que vêm registrando quedas contínuas nos volumes desde o meio do ano passado. A medida entrou em vigor a partir da quinta-feira, 6, e terá duração de 30 dias.

O programa prevê um bônus combinado entre governo e as fabricantes. Será aplicado desconto de 50 mil pesos (20 mil do governo e 30 mil do fabricante), equivalente a R$ 4,3 mil, sobre o preço de tabela de carros até 750 mil pesos, perto de R$ 64,6 mil. Modelos acima deste valor terão incentivo de 90 mil pesos (40 mil do governo e 50 mil da montadora), ou R$ 7,76 mil.

Cada empresa ficará livre para conceder descontos maiores, se assim desejar. A contribuição do governo será contabilizada com medidas para reduzir custos locais de produção, enquanto as fabricantes, por meio de sua rede de concessionárias, se comprometem a não aumentar os valores vigentes durante junho. Por sua vez, as províncias (estados) concederão a redução de imposto aplicável ao licenciar um veículo novo (equivalente ao IPVA).

O programa é aplicável apenas para modelos de marcas associadas à Adefa, que têm fábricas no país, as marcas importadoras não serão beneficiadas. Segundo o Ministério da Produção e do Trabalho da Argentina, a medida vale para veículos adquiridos por meio de financiamento e pode ser acumulada com outras promoções oferecidas pelas fabricantes. Esses benefícios não se aplicam a carros concedidos por planos anteriores ligados à poupança.

“Com esta iniciativa nós fornecemos um forte apoio para que a indústria automotiva e os consumidores sejam mais dinâmicos, à medida que continuamos a apoiar a melhoria das exportações como um todo para o setor”, disse em nota o ministro da Produção e do Trabalho, Dante Sica.

“O objetivo é impulsionar o consumo nesta fase em que notamos que grandes montadoras estão em um investimento de transição: todas as empresas terão entre 2020 e 2021 projetos de escala visando as exportações”, disse também em nota o secretário de Indústria, Fernando Grasso.

“No contexto atual do setor, é importante ter um plano para incentivar a demanda. Embora seja prematuro estimar seu resultado, entendemos que isso gerará uma mudança nas expectativas e, consequentemente, uma maior circulação nas revendas, o que melhorará os volumes”, declarou o presidente da Adefa, Luis Fernando Peláez Gamboa.

O executivo reforçou a importância do setor, uma vez que toda a cadeia responde por quase 2% do PIB argentino e por 8% do total de empregos da indústria no país. “É necessário que governo e empresas do setor continuem trabalhando em conjunto com a cadeia de valor para a geração de medidas que melhorem a competitividade e potencial acesso a mercados externos”, concluiu.

A indústria automotiva na Argentina vem sendo um dos setores mais afetados pela crise econômica que se instalou no país. Dados divulgados pela própria Adefa na quarta-feira apontam mais uma queda das vendas, exportações e da produção no acumulado do ano até maio.