Pedro Nelson Belmiro
Pedro Nelson A. Belmiro é Editor da revista lubes em Foco, Conselheiro da Comissão de Lubrificantes do IBP, Co-autor do livro Lubrificantes e Lubrificação Industrial e consultor.
Estamos realmente em um mundo de transições. Os desenvolvimentos tecnológicos, o suprimento energético, as comunicações, a mobilidade urbana, o meio ambiente, as relações geopolíticas e quase todas as atividades humanas passam por um período de transformação e aceleração da velocidade das mudanças que, por vezes, torna difícil ou quase impossível o acompanhamento de todas as fases de cada processo transformador.
As pesquisas se juntam às disputas por poder, e o conhecimento se tornou a arma mais poderosa do ser humano do século XXI. Até mesmo o comportamento linguístico se alterou consideravelmente, com a incorporação de termos estrangeiros e tecnológicos com conceitos revolucionários.
E assim, surgiram as explicações para IoT, Learning machine, Big data etc., para deleite de muitos e desesperos de outros. É impressionante assistir às previsões dos especialistas sobre o que poderá ser realizado com essa transformação digital, e o que as máquinas vão poder executar em futuro bem próximo.
Todo esse desenvolvimento e aceleração cada vez maior têm impactos importantes na mente e nas emoções das pessoas. Será necessário um treinamento especializado para cada situação, e os níveis gerenciais terão à sua disposição ferramentas poderosíssimas para acessar informações que ainda não estão compatíveis com sua capacidade de processamento mental.
Transformar informação em conhecimento, ou seja interpretá-la e dar a ela uma utilização adequada, passa a ser, paradoxalmente, uma tarefa difícil e ao mesmo tempo importantíssima para o bom aproveitamento dos recursos aplicados.
Transformação tecnológica na cabeça do ser humano
Adaptar o ser humano às novas condições de trabalho e produção de conhecimento tornou-se tão importante quanto aprofundar a aplicação da tecnologia aos processos de uma empresa e à própria vida em sociedade.
A velocidade das mudanças pode ser mais rápida do que uma pessoa consegue absorver e, dificuldades como o manuseio correto da coisa nova, o melhor entendimento das vantagens e benefícios da tecnologia, e outras, podem trazer rejeição e até mesmo o afastamento de pessoas com uma grande inteligência específica e histórico do conhecimento da empresa ou do negócio em questão.
Assim foi com o advento dos computadores, quando uma grande faixa de executivos antigos e com grande experiência nos processos das empresas se viram totalmente inadequados à nova realidade, e a maioria acabou perdendo seu emprego.
Dessa forma, podemos entender que o grande gargalo para a transformação tecnológica que o século XXI nos traz não está exatamente em tecnologias, processos e materiais, mas sim, na capacidade do ser humano de compreendê-la, absorvê-la e colocá-la em prática.