Ford abre demissão voluntária
A Ford confirmou a abertura de um Programa de Demissão Voluntária (PDV) para os funcionários da fábrica de Camaçari (BA), onde produz o EcoSport e a linha Ka (hatch e sedã). A alegação da montadora é a necessidade de “adequar o excedente da força de trabalho à atual demanda de mercado”.
O PDV foi aberto na segunda-feira, 8, e as adesões devem ocorrer até o dia 26 de abril. Segundo Clécio Aguiar, um dos diretores do Sindicato dos Metalúrgicos de Camaçari, a Ford alega um excedente de 700 pessoas no complexo industrial baiano. Destes, 450 são trabalhadores da própria Ford, que emprega 8 mil funcionários e opera em três turnos em Camaçari. Aguiar afirma que a intenção é atingir mais adesões no terceiro turno por causa dos encargos trabalhistas mais altos.
Também segundo Aguiar, a queda nas exportações (sobretudo para o mercado argentino) seria um dos motivos que levaram à decisão da Ford. O aumento da concorrência do EcoSport no Brasil também. No primeiro trimestre de 2011, quando ainda não tinha nenhum rival direto, o SUV teve 9 mil unidades vendidas. No mesmo período de 2019 foram 7,6 mil.
Já o desempenho da linha Ka no mercado brasileiro não justificaria a medida. Em seu primeiro ano cheio de vendas, 2015, quando o País enfrentava recessão, Ka e Ka sedã somaram 31,3 mil unidades no primeiro trimestre. Neste começo de 2019 foram 33 mil.
Segundo o sindicato, aqueles que aderirem ao PDV receberão os direitos legais de uma rescisão de contrato de trabalho (que inclui multa de 40% do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, FGTS) mais uma indenização adicional com limite até R$ 35 mil.
A Ford vive período difícil no País. Em fevereiro deste ano decidiu que fechará sua fábrica de São Bernardo do Campo, onde produz caminhões e o Fiesta hatch. E perdeu participação de mercadoneste primeiro trimestre.