Fábrica de São Bernardo do Campo
O governador João Doria Jr. e o secretário de Economia, Henrique Meirelles, marcaram para quinta-feira à tarde uma reunião com a direção da Ford no Brasil numa tentativa de evitar o fechamento de uma fábrica da montadora em São Bernardo do Campo.
Integrantes do governo paulista reconhecem que a negociação é mais difícil que a iniciada com a GM, que também ameaçou encerrar atividades em São José dos Campos, por se tratar de uma decisão global da Ford para conter prejuízos em sua operação na América Latina. O fechamento da fábrica levaria à perda de 3.000 empregos diretos.
A fábrica de São Bernardo do Campo
A fábrica de São Bernardo do Campo começou a fazer automóveis em 1967 e atualmente produzia apenas o hatch Fiesta, além dos caminhões. Caso a decisão realmente seja cumprida, aproximadamente 2.800 funcionários podem ser demitidos.
Ociosidade
No ano passado, foram produzidos ao todo 42 mil veículos, o que representa menos de 20% da capacidade da fábrica. O volume representa 15% do total de veículos feitos pela marca no Brasil, que também tem fábricas em Camaçari (BA) – onde são feitos Ka e EcoSport –, e uma filial de motores em Taubaté, além de um campo de provas em Tatuí (SP).
“A Ford está comprometida com a América do Sul por meio da construção de um negócio rentável e sustentável, fortalecendo a oferta de produtos e atuando com um modelo de negócio mais ágil, compacto e eficiente”, disse o presidente da companhia, Lyle Watters.
Há vários meses circulavam boatos de que o grupo poderia até sair do Brasil. A Ford passa por reestruturação globalmente após anúncio de que deixará de produzir vários automóveis e focará atuação em utilitários-esportivos (SUVs) e picapes, estratégia que Watters afirmou será replicada no Brasil.
Segundo o executivo, em toda a região haverá redução de 20% dos custos com quadro de funcionários e estrutura administrativa. Ele citou ainda expansão de parcerias globais, como a recente aliança com a Volkswagen, para desenvolver picapes de médio porte.