Anfavea projeta nova queda de exportação
O tombo nas exportações de veículos em 2018 foi até mais profundo do que esperava a Anfavea, a associação nacional dos fabricantes instalados no País. A indústria exportou no total 629,2 mil unidades, em queda de quase 18% sobre o recorde histórico de 766 mil alcançado em 2017. Toda a retração foi causada pela crise na Argentina, para onde continuam a seguir 70% dos veículos exportados do Brasil. E para 2019 a entidade estima nova queda de 6,2% nas vendas externas do setor, para resultado abaixo de 600 mil veículos (a estimativa é de 590 mil), porque não há previsão de melhora do mercado argentino.
Antonio Megale, presidente da Anfavea, lamentou o resultado externo negativo, que reverteu a expectativa do início de 2018, quando se esperava novo recorde de exportação da indústria. Segundo ele, todas as informações recebidas de empresas e consultorias na Argentina convergem para a continuação da queda do mercado vizinho este ano, por pelo menos mais seis a sete meses, o que motivou a entidade e projetar nova baixa nas vendas externas.
Em 2018 as exportações representaram 22% da produção
Ainda assim, Megale destacou que as exportações representaram em 2018 perto de 22% da produção brasileira de veículos, “o que ainda é um bom número”, e ficaram acima da média da indústria dos últimos 10 anos, 503,5 mil unidades exportadas por ano de 2008 a 2018. Segundo ele, seguem em expansão as vendas para países como Chile e Colômbia, que no entanto não são grandes o suficiente para compensar toda a retração dos dois maiores clientes externos de veículos brasileiros, Argentina e México.
Caso as exportações brasileiras de veículos atinjam o número projetado pela Anfavea para 2019, de 590 mil unidades, ainda ficarão acima da média verificada na última década.
Em valores, as exportações dos fabricantes no Brasil somaram US$ 14,5 bilhões (incluindo a venda de veículos, máquinas agrícolas e componentes), o que contabiliza queda de 8,6% sobre 2017, mas a cifra ficou acima da média registrada de US$ 13,1 bilhões/ano desde 2008. “Ainda temos um bom número”, avalia Megale.