Vendas de caminhões
As vendas de caminhões encerraram os dez meses acumulados do ano com crescimento de 50,2% na comparação com mesmo período de 2017 ao totalizar pouco mais de 60,6 mil unidades, de acordo com dados divulgados pela Anfavea, associação das fabricantes. O segmento vem sendo fortemente impulsionado pela categoria de caminhões pesados, que quase dobrou de tamanho no período ao crescer 88%, para mais de 27,2 mil unidades vendidas entre janeiro e outubro.
Para a Anfavea, o segmento reflete o ritmo acelerado do agronegócio, que se prepara para mais uma safra expressiva de grãos. Além disso, outros setores da economia estão começando a recuperar o fôlego, o que pode elevar o PIB deste ano.
“O setor de caminhões deveria ser um indicador econômico oficial, porque ele sempre reflete o PIB”, afirma o vice-presidente da Anfavea, Gustavo Bonini.
Mercado de pesados vem crescendo
O executivo aponta ainda que além do efeito agronegócio, o mercado de pesados vem crescendo por causa da renovação de frota das empresas. Contudo, ele lembra que apesar do bom momento para o setor, ainda há potencial para crescer mais. Bonini lembra que após a greve dos caminhoneiros, deflagrada no fim de maio, começou um movimento de maior procura e consultas por parte de empresas a fim de arcar com os custos de suas próprias frotas.
“Essas consultas se estenderam pelos meses seguintes e de certa forma ainda continuam, embora um pouco mais tímidas agora, mas ainda não há nenhum negócio fechado ou nada concreto por enquanto”, afirma.
Impulsionada pelo mercado interno, a produção de caminhões aumentou 30,6% com relação ao ano passado, considerando o volume acumulado entre janeiro e outubro, que fechou em 88,1 mil unidades. Com a forte demanda do mercado interno, Bonini admite que a produção de veículos pesados pode ser maior que a prevista para o ano. A projeção da Anfavea aponta que na soma de caminhões e ônibus, o volume do ano pode chegar a 86 mil contra as 63,7 mil unidades emplacadas em 2017. Se o volume se confirmar, representará um aumento de 35%.
Com relação às exportações, houve queda de 6,6% do volume embarcado no acumulado, para 22,1 mil unidades, ainda como reflexo da queda da demanda na Argentina. Apesar disso, Bonini analisa que para caminhões, as exportações estão quase estáveis, uma vez a demanda maior em outros países está compensando em parte a queda no mercado argentino.
ÔNIBUS
Por sua vez, o segmento de ônibus também segue em alta no mercado interno: em dez meses, o volume emplacado cresceu 28,7% ao totalizar pouco mais de 12,1 mil chassis.
“O segmento vem crescendo desde o começo do ano. Os encarroçadores estão com a capacidade tomada e produção acelerada pelo menos para os próximos dois ou três meses”, comenta o presidente da Anfavea, Antônio Megale, que destaca o bom desempenho principalmente da categoria de ônibus urbanos.
Megale lembra que os emplacamentos têm tido uma média mensal de entre 1,6 mil e 1,7 mil neste ano e compara com os dois últimos meses de 2017, que foi de 1,1 mil em novembro e de 1,2 mil em dezembro.
“Se continuar no patamar de 1,6 mil e 1,7 mil unidades nestes dois últimos meses, vamos ter um ano com crescimento bastante importante”, disse Megale.
Assim como nos caminhões, as exportações de ônibus diminuíram no acumulado do ano em 6,8% ao embarcar pouco mais de 7,1 mil unidades. A Anfavea, que reduziu sua projeção para o ano, prevê que as exportações de veículos pesados devem cair nesta faixa dos 6,2% sobre o resultado de 2017, considerando a soma de caminhões e ônibus, o que representa um total de 35 mil.
Já a produção de chassis aumentou 43,6% em dez meses: as fábricas entregaram pouco mais de 25,3 mil unidades no período.