Montadoras buscam o máximo de eficiência
Em tempos de alta concorrência e novas reivindicações do consumidor, a indústria automotiva busca o máximo de eficiência em cada um de seus aspectos – e isso inclui a relação com os fornecedores. Para entender onde está o equilíbrio desta relação e identificar desafios, Automotive Business realizou levantamento com profissionais que trabalham nas áreas de compras e engenharia das fabricantes de veículos. A pesquisa mostrou que a busca é por parceiros de negócio empenhados em encontrar soluções em conjunto, com disposição para colaborar.
Foram entrevistados on-line 144 profissionais envolvidos com a missão de comprar componentes e tecnologias nas montadoras instaladas no Brasil. Dos respondentes, 70,4% atuam na indústria automotiva há mais de 10 anos, evidenciando ampla experiência no setor. Entre os participantes, 27% declararam desempenhar papel essencial na decisão de compra e 33,3% apontaram ter grande influência.
O que as montadoras buscam?
A maioria dos respondentes, 84%, acreditam que, além da simples entrega dos componentes, os fornecedores devem trabalhar no desenvolvimento e concepção de novos produtos em parceria com a montadora. Fatia de 80,6% apontam que os parceiros devem assumir a responsabilidade por resolver problemas na cadeia de valor em que estão. Também se destaca o desejo de que o fornecedor contribua para que a operação da montadora tenha mais eficiência e produtividade, aspecto apontado por 73,6% dos entrevistados.
Parceria e a colaboração
Questionados sobre as características de um bom fornecedor, 83,2% dos entrevistados evidenciaram a parceria e a colaboração para encontrar soluções, ainda que a postura não implique em retorno financeiro imediato. Já 69,9% enfatizaram a necessidade inovar e contribuir com ideias que agreguem valor aos projetos.
Os participantes revelaram ainda que a área de compras não é a única responsável por nomear fornecedores. O levantamento indica que o departamento de engenharia tem peso grande na escolha dos parceiros. Em 55,6% das empresas o setor de pesquisa e desenvolvimento também está envolvido na decisão e, em 25,7% das montadoras, a área de tecnologia é parte do processo.
A BASF
A BASF, que fornece diversos componentes e soluções à indústria automotiva, aponta que já se empenha em assumir o protagonismo desta mudança na relação com os clientes do segmento. Letícia Mendonça, diretora da Unidade de Catalisadores da empresa para a América Latina, fala a respeito:
Os desafios das montadoras
Ao mesmo tempo em que mostrou uma série de desafios para os fornecedores, a pesquisa identificou algumas dores compartilhadas entre os profissionais responsáveis por comprar componentes nas montadoras. Entre os participantes, 64% destacaram que a maior dificuldade da área é a pressão por redução de custos, seguida pela necessidade de entregar resultados mais rápido e, ainda, pela redução do quadro de funcionários.
Quando questionados sobre maior desafio individual deles na empresa em que trabalham, 41,8% apontaram a falta de autonomia com a tomada de decisão centralizada na matriz, 35% sentem que é a alta pressão para entregar resultados melhores e 34,7% deixam claro que a cultura organizacional rígida e hierarquizada também impõem dificuldades.
Letícia defende que, em um cenário de competição crescente e metas cada vez mais ambiciosas, só é possível entregar bons resultados quando o trabalho é fruto de colaboração entre todos os elos da cadeia produtiva. “Cada vez mais, fornecedores e montadoras precisam trabalhar em sinergia no desenvolvimento de soluções inovadoras que ajudem todos a atingirem seus resultados e surpreenderem seus clientes. É dessa forma colaborativa que temos trabalhado aqui na BASF”, resume a diretora.