Desempenho da economia
Ajuste das contas públicas
Déficits primários expressivos
“Em 2018, completaremos o quinto ano seguido de déficits primários expressivos, o que levou ao aumento de 25 pontos percentuais na relação da dívida pública/PIB. Esse quadro precisa ser revertido”, adverte o estudo. O Informe Conjuntural lembra que as incertezas em relação ao resultado das eleições e ao programa econômico do novo governo reduziram ainda mais o fraco ritmo de crescimento da economia e da indústria no terceiro trimestre.
Com isso, a CNI revisou para baixo as estimativas para o PIB do país e do setor industrial. A previsão agora é de que a economia brasileira crescerá 1,3%, menos do que os 1,6% estimados em junho. O PIB industrial também terá expansão de 1,3%, inferior os 1,8% previstos em junho. O consumo das famílias aumentará 1,9% e a taxa de desemprego continuará alta e fechará o ano com média anual de 12,2% da população economicamente ativa.
As novas previsões indicam que os investimentos aumentarão apenas 2,2%. “É imprescindível um esforço de ajuste efetivo e crível, capaz de recompor as expectativas e a confiança dos agentes, passo fundamental para a reativação dos investimentos e, consequentemente, aceleração da recuperação econômica”, recomenda da CNI.
Limite para os gastos
Na avaliação da indústria, o próximo governo deve manter a Emenda Constitucional 95, que estabelece limites para o crescimento do gasto público. A CNI lembra ainda que o cumprimento dos limites dos gastos depende de reformas que já estão em tramitação no Congresso Nacional. “É, portanto, possível avançar nessas discussões com sucesso, aprovando a reforma da Previdência e os projetos que tratam da remuneração dos servidores públicos. Ambos são cruciais para reduzir o ritmo de expansão das despesas primárias”, destaca o Informe Conjuntural.
Reformas necessárias
Para a CNI, se o novo governo fizer as reformas necessárias a um ajuste fiscal de longo prazo que elimine o déficit e reverta a trajetória de crescimento da dívida pública, o Brasil poderá superar a crise e crescer até 3% no próximo ano. “O novo ambiente de crescimento permitirá ações mais ousadas na agenda da competitividade – como uma reforma na tributação sobre o consumo e da renda das pessoas jurídicas – que potencializarão o ritmo do novo ciclo de crescimento”, afirma o estudo.