Painel debate desafios para a indústria de lubrificantes

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Por inciativa do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis – IBP, foi criado o Fórum de Downstream, durante a Rio Oil&Gas 2018. Nessa oportunidade, o segmento de lubrificantes foi representado por um painel sobre os desafios que a indústria tem pela frente, considerando um longo período com o mercado dependente de importação.

O painel foi mediado pelo coordenador da Comissão de Lubrificantes e Lubrificação do IBP, e também editor da revista Lubes em Foco, Pedro Nelson Belmiro, e teve a participação de Thiago Trecenti, diretor da Lwart Lubrificantes, Marcos Davi, gerente geral de vendas para a América Latina da Chevron Oronite e de André Pires, gerente industrial da Moove Lubrificantes.

Pedro Belmiro abriu o painel com uma apresentação sobre os números do mercado brasileiro, e os principais desafios trazidos pela realidade do país como importador de derivados, ligados basicamente às tendências tecnológicas, ambientais e mercadológicas, com os fatores agravantes como a alta dos preços do petróleo e a volatilidade do dólar.

“Para debater sobre esse tema, trouxemos os principais segmentos desafiados por essa realidade, que são o produtor de básico, o fabricante de aditivo e o formulador/importador de óleo acabado. A visão de cada um deles nos traz um panorama completo do que o mercado de lubrificantes tem pela frente”, comentou Belmiro.

Thiago Trecenti abordou o tema da produção e tendências dos óleos básicos para o mercado brasileiro, que se move para a utilização dos grupos II e III. A Lwart, como única produtora de básicos de grupo II no Brasil, tem a visão de que, em futuro próximo, a demanda por esse tipo de básico deverá aumentar e, portanto, toda a cadeia produtiva deverá se preparar para isso. “O balizamento de preços da Lwart hoje, para o grupo II tem que ser feito levando-se em consideração os preços praticados pelo mercado internacional, e não mais pela sinalização da Petrobras”, comentou Trecenti.

Marcos Davi, lembrou o grande desafio da indústria de aditivos, no desenvolvimento tecnológico dos lubrificantes, que é acompanhar a velocidade das mudanças de especificações e os requerimentos da indústria. Uma nova categoria implantada pode representar investimentos da ordem de dezenas de milhões de dólares em pesquisa e desenvolvimento. “Os motores turbo estão cada vez mais sendo utilizados em automóveis de pequeno porte, do tipo 1.0 até 1.6, fazendo com que haja um estresse maior do lubrificante e, portanto, aumentando mais ainda a complexidade das formulações”, disse Marcos Davi.

 

André Pires, comentou sobre os desafios de um produtor de lubrificantes acabados que, devido à enorme variedade de especificações e a crescente quantidade de aprovações de montadoras, a complexidade operacional aumenta bastante, e empresas podem ter que trabalhar com até quase 1.000 SKUs. Segundo Pires, os novos parâmetros de qualidade dos óleos estão levando os formuladores a migrar para básicos dos grupos II e III, com algumas tendências até de grupo IV. “O Brasil vai ter que se preparar, pois é crescente a necessidade de infraestrutura em terminais e tanques para importação de grandes volumes de óleos básicos dos grupos II e III”, lembrou Pires.

Belmiro fechou o painel ressaltando a importância de uma discussão ampla com todos os participantes do mercado de lubrificantes, para que o país esteja preparado para os desafios de um futuro importador, e também para que o segmento de lubrificantes esteja atento aos movimentos de futuros investimentos ou parcerias em refino, que certamente irão priorizar os combustíveis e podem nem cogitar a instalação de unidades de produção de básicos hidrogenados.