Rota 2030 exige investimento em tecnologia para oferecer benefícios

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O governo federal anunciou esta semana o projeto oficial do programa Rota 2030. A nova política vem para regular o setor automotivo e chega para substituir o Inovar-Auto, que vigorou entre 2012 e dezembro de 2017. O destaque da nova regulamentação está no estímulo ao avanço de tecnologias empregadas nos carros vendidos por aqui.

Rota 2030

Apesar de ter demorado pouco mais de um ano para sair do papel, o programa deve conseguir bons índices de desempenho. É o que avaliam especialistas do mercado. Isso deve ter efeitos relevantes para a população, na medida em que o Rota 2030 promove a adoção de um padrão de melhoria de eficiência energética de 11% e investimentos em segurança de veículos. Se não cumprirem as metas, as montadoras sofrerão sanções, como perda de benefícios e aumento de carga tributária.

Rota 2030 exige investimento em tecnologia para oferecer benefícios
Rota 2030 exige investimento em tecnologia para oferecer benefícios

O Rota 2030 não vai interferir diretamente no valor final dos carros. Mas deve incentivar a produção de motores do tipo turbos, normalmente mais caros. Esses propulsores entregam performance, ao mesmo tempo que reduzem o gasto de combustível e a emissão de poluentes. Outro fator positivo do programa é a redução da alíquota de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) que é acrescida ao valor de carros elétricos e híbridos.

Para um dos diretores da Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE) Adalberto Maluf, o acordo é favorável, pois praticamente equipara os automóveis desse segmento aos movidos exclusivamente por motor a combustão. “A associação considera positivos os primeiros anúncios do Rota. Eles reduzem o IPI dos elétricos a patamares similares àqueles dos veículos a combustão, embora o setor acredite que os elétricos devessem pagar algo igual ou menor”, explica.

Mudança tímida 

Segundo Maluf, os elétricos vão pagar entre 8% e 18% de IPI, e híbridos entre 9% e 20%, enquanto um flex 1.0 vai continuar a ser taxado em 7%. No caso dos carros a combustão, poderá haver redução na alíquota de um a dois pontos percentuais a partir de 2023. Contudo, isso só ocorrerá se eles alcançarem ou superarem as metas estabelecidas no programa. “Queremos estimular novas tecnologias e é importante darmos previsibilidade, ao longo de 15 anos, não somente para os modelos de carros que temos agora”, afirmou o ministro do MDIC, Marcos Jorge.

As cifras são grandes

O governo vai injetar um crédito de até R$ 1,5 bilhão por ano no setor automotivo. Para isso, a indústria terá que garantir um investimento anual mínimo de R$ 5 bilhões em pesquisas e desenvolvimento. (O Dia/Lucas Cardoso)