Indústrias do Japão e do Brasil propõem acordo

360

Representantes das indústrias brasileira e japonesa entregarão aos governos de seus países uma proposta para o início da negociação de acordo comercial entre o país asiático e o Mercosul.

Indústrias do Japão e do Brasil propõem acordo
Indústrias do Japão e do Brasil propõem acordo

O documento, ao qual o Estadão/Broadcast teve acesso, foi fechado em reunião entre a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a confederação industrial japonesa (Keidanren) ontem.

Indústrias conversam

Entre as sugestões está a eliminação da maioria das tarifas de importação e exportação em 10 anos. Pelo lado brasileiro, o documento defende a eliminação de tarifas no comércio de carne, frango, biodiesel, frutas, açúcar, etanol e têxteis. Os japoneses esperam a redução nas taxas sobre carros, autopeças, máquinas e equipamentos.

As indústrias defendem o lançamento das negociações na reunião do G-20 em novembro. Entre 2000 e 2017, as exportações do Mercosul para o Japão cresceram 136% e as importações de produtos japoneses pelo bloco, 31%. (O Estado de S. Paulo/Lorenna Rodrigues).

Depois de a indústria ver frustrado o acordo entre Mercosul e União Europeia, na semana passada, o setor pressiona o governo brasileiro a intensificar negociações com outros países, como Canadá e a Aliança do Pacífico. “A partir da preocupação com o aumento da anti-globalização e do protecionismo, o Acordo de Parceria Econômica Mercosul-Japão levará à formação e ao fortalecimento de zonas econômicas livres e abertas”, afirma a proposta apresentada nesta segunda-feira.

Exportações do Mercosul para o Japão

O documento lembra o aumento de 136% nas exportações do Mercosul para o Japão entre 2000 e 2017, quando chegou a US$ 7,9 bilhões. No mesmo período, as importações de produtos japoneses pelos países do bloco cresceram 31%, chegando a US$ 4,2 bilhões no ano passado.

A proposta listou ainda treze pontos em que deveriam ser contemplados no acordo, como a simplificação e harmonização de procedimentos alfandegários, adoção de medidas para facilitação de comércio e de investimentos, redução de barreiras fitosanitárias, além de mudanças nas regras de circulação de pessoas.

Uma das sugestões é permitir que os setores privados possam emitir certificados de origem que sejam aceitos pelos outros países do acordo, assim como a redução de certificações e procedimentos redundantes. Outro ponto é a eliminação de taxas sobre investimentos entre os países e a previsão de tratamento igual ao da indústria nacional para aportes de parceiros. Também foi pedida a facilitação da imigração para empregados de empresas transferidos entre esses países. “Nós desejamos avidamente que os líderes do Japão e do Mercosul demonstrem vontade política para atingir um acordo o mais rápido possível”, completa o documento. (O Estado de S. Paulo/Lorenna Rodrigues)