Retomada das vendas do setor
Animada com a retomada das vendas em 2017 e com as boas perspectivas para este ano, a Fiat Chrysler Automotive (FCA) já está planejando contratações em sua unidade de Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte, para atender a crescente demanda, segundo fontes do mercado. O volume de admissões deve ser anunciado em breve. A empresa encerrou o ano passado com mais de 380 mil veículos comercializados no Brasil, um aumento de 145 mil unidades em relação a 2016, e com participação no mercado de 17,25%. Mesmo sem confirmação oficial, a implantação de um terceiro turno de produção é algo que pode acontecer.
Fiat planeja contratações
A FCA tem apresentado bons sinais da retomada. Desde outubro de 2017, a empresa adota horas extras aos sábados e está mantendo o turno extra em 2018. Em nota, a montadora informou: “As horas extras estão sendo praticadas neste momento, enquanto observamos se a retomada no mercado é sustentável. É sinal positivo que a queda parou, e o mercado começa a reagir. Estamos esperando que esses bons sinais do mercado se confirmem para ampliar o quadro de pessoal”.
Setor automotivo brasileiro respirou
Em 2017, o setor automotivo brasileiro respirou com aumento de 9,2% nas vendas de veículos leves em comparação com o ano anterior, depois de quatro anos seguidos de baixas. Isso injetou otimismo em um mercado que pretende crescer 13,2% na produção e 11,7% nas vendas em 2018, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
Tanto no Brasil como em Minas Gerais, o setor de veículos voltou a gerar um saldo positivo de postos de trabalho entre janeiro e novembro de 2017, segundo o Caged. No Estado, foram 344 vagas geradas, sendo que, no mesmo período de 2016, o saldo negativo foi de 7.944 vagas. No país, o setor gerou 14.073 postos no ano passado, enquanto apresentou uma queda de 27.326 vagas em 2016. “O crescimento de produção e vendas impulsionam a geração de emprego, e já estamos vendo o desemprego sendo revertido no setor automotivo”, avalia a gerente de estudos econômicos da Fiemg, Daniela Britto.
Cadeia produtiva
Para Daniela Britto, a retomada do setor automotivo também gera oportunidade de empregos ao longo da cadeia de produção, como nos setores de autopeças, metalurgia, borracha, química e madeira. “No setor automotivo, o maior empregador é o segmento de peças e acessórios. Portanto, os empregos podem surgir, de forma indireta, nos fornecedores”, avalia Daniela.
Investimento
A fábrica de Betim da Fiat recebeu, nos últimos cinco anos, entre 2013 e 2017, um investimento em modernização, automação e desenvolvimento de produtos de R$ 7 bilhões.
Exportações em alta também motivam
A conjunção de fatores internos e externos explicam o aumento das vendas de veículos leves pelas montadoras brasileiras, segundo a gerente de estudos econômicos da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), Daniela Britto. Para ela, o aumento das exportações é explicado pelo crescimento do mercado na Argentina.
Segundo dados da Anfavea, 2017 foi o ano em que o Brasil mais exportou automóveis em toda a história, com 762 mil unidades exportadas, alta de 46,5% na comparação com 2016.
No mercado interno, Daniela salienta que a baixa de juros, que facilitou o acesso ao crédito, e o controle da inflação, que aumentou a renda disponível da população, foram determinantes. “O cenário econômico ajudou o aumento do consumo de bens duráveis”, avalia a economista.
Mais fatores positivos
As montadoras brasileiras apresentam crescimento nas vendas e dão sinais de otimismo ao mercado.
Volkswagen
Teve exportação recorde em 2017, com um aumento de 52,16% em relação ao ano anterior. As vendas da montadora cresceram 19,1% em 2017. O Gol é o modelo mais exportado da marca, com 73.848 unidades embarcadas no ano passado.
Chevrolet
A montadora está investindo R$ 13 bilhões no país em um projeto que começou em 2014 e vai até 2020. As vendas cresceram em mais de 48 mil unidades em 2017 frente 2016.
CEO descarta venda de ativos
O CEO do conglomerado Fiat Chrysler Automotive (FCA), o italiano Sergio Marchionne, afirmou que a empresa não pretende vender a marca Jeep. A declaração foi feita na última segunda-feira, no Salão de Detroit 2018.
A expectativa da venda surgiu após um informe do banco Morgan Stanley sobre possíveis venda de ativos da montadora. O executivo também negou que tenha negociado com o fundo chinês GAC a compra do grupo FCA. “O GAC nunca escondeu suas ambições de entrar no mercado norte-americano”, disse, acrescentando que “discutimos com ele se e como podemos ajudá-los”. Marchionne também afirmou que vai deixar o cargo de CEO em 2019.