Volkswagen já vê crescimento maior em 2018

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Di Si: momento de crescimento com novos produtos

Volkswagen vê crescimento maior em 2018

“No fim do ano passado já dizia que víamos crescimento do mercado brasileiro em torno de 10% nos próximos anos. Acertamos em 2017 (a alta das vendas de veículos leves foi de 9,4%) e hoje estou mais otimista, acho que pode ser de 15% em 2018”, avalia Pablo Di Si, presidente da presidente da Volkswagen do Brasil e América do Sul. O executivo estima ainda que, com os 20 lançamentos previstos até 2020 (os dois primeiros foram Polo e Virtus), a marca deve acelerar mais rápido, como já ocorreu em 2017, quando registrou expansão de 19%, duas vezes maior que a média. “Nos primeiros 20 dias de janeiro as vendas cresceram 22% em relação ao mesmo período do ano anterior, o Polo já está entre os três mais vendidos do País e com a chegada do Virtus o desempenho tende a melhorar”, comemorou, pouco antes do lançamento oficial do novo sedã compacto.

As exportações

As exportações também tiveram crescimento recorde em 2017, com avanço de 52%, quatro pontos acima da alta média de 48% nos embarques de veículos leves brasileiros para outros países. “Somos o maior exportador do setor, alcançamos 32 países e estamos crescendo mais porque hoje temos produtos relevantes para exportar, também porque ganhamos maior independência de ações e estratégias com a criação (há dois anos) da região SAM, que além do Brasil engloba outros 28 países da América do Sul e Central”, explica Di Si. Segundo ele, as vendas externas de Polo e Virtus (este último só fabricado no Brasil por enquanto) deverão extrapolar os mercados latino-americanos e avançar para África, Oriente Médio e Ásia.

Aumento das vendas domésticas e externas

Com o aumento das vendas domésticas e externas, está mantida a meta de até 2020 produzir 800 mil unidades nas três fábricas da Volkswagen no Brasil (São Bernardo do Campo, Taubaté e São José dos Pinhais), mas Di Si estima que este número poderá ser superado. “Se fecharmos os contratos de exportação que esperamos anunciar para os próximos meses e o mercado brasileiro continuar avançando como está, acho que chegaremos antes ao objetivo”, diz.

Dos 20 lançamentos de modelos completamente novos prometidos até 2020, 13 serão produzidos no Brasil, dois na Argentina e os cinco restantes serão importados do México (como os novos Jetta e Tiguam que chegam este ano) e da Alemanha (caso dos Golf elétrico e híbrido que vêm em 2019). De acordo com Di Si, a maior parte dos investimentos em fábricas já foi feito e o programa de R$ 7 bilhões é suficiente para aplicar exclusivamente no desenvolvimento de produtos – R$ 2,6 bilhões foram direcionados para produzir Polo e Virtus sobre a plataforma MQB em São Bernardo.

Produção acelera

Conforme os novos produtos vão chegando, as linhas de produção da Volkswagen no Brasil vão reduzindo sua ociosidade. Em São Bernardo a adição do Virtus acionou o terceiro turno e a fábrica hoje opera a plena capacidade, todos os funcionários afastados em layoff foram chamados de volta. Em Taubaté (SP), a operação em dois turnos envolve a fabricação do Gol, Voyage e Up!, mas Di Si avisa que a unidade deverá receber em breve “uma nova plataforma global”.

Só em São José dos Pinhais (PR) o nível de atividade segue baixo, com a produção do Fox e Golf em um só turno e 600 empregados afastados em layoff. “Deveremos acelerar isso antes do fim deste ano com a fabricação do SUV compacto T-Cross no Paraná, também feito sobre a plataforma MQB”, confirma o presidente. Ele também confirma que novidade deverá estar exposta no estande da marca no Salão do Automóvel de São Paulo, em novembro próximo.

Fábrica de motores de São Carlos

A fábrica de motores de São Carlos (SP) também segue em ritmo acelerado. São duas linhas, uma opera em dois turnos e outra em três (a que produz a linha EA211 de motores com bloco de alumínio). Parte significativa do impulso vem das exportações do motor EA211 1.4 TSI turbinado para o México e Alemanha.

Somando tudo, se o mesmo ritmo for mantido, Di Si estima que a Volkswagen poderá retomar contratações a partir de 2019 ou 2020. “A ociosidade está diminuindo, mas ainda é grande”, pondera.

Maior abrangência

Com todos os lançamentos previstos, Di Si destaca que a Volkswagen na América do Sul vai aumentar sua cobertura de mercado dos atuais 70% para 92%. A marca vai passar a concorrer em segmentos onde não atuava e o principal é o de SUVs compactos, lacuna que começa a ser preenchida pelo T-Cross paranaense a partir do fim deste ano, quando começa a competir na faixa que mais cresce no Brasil e região.

O executivo reconhece que “foi um erro não termos entrado antes no segmento de SUVs, já dissemos isso, mas estamos corrigindo isso muito rápido com 20 lançamentos previstos e cinco deles para a América Latina”, destaca. Entre eles, o primeiro dessa safra será o novo Tiguan mexicano de sete lugares, que chega ainda no primeiro semestre, depois entra em produção no Paraná o T-Cross compacto, na Argentina será feito outro SUV intermediário, e Di Si revela que está previsto outro de porte pequeno, menor que o T-Cross.

Aumento da segmentação

Com o aumento da segmentação, com SUVs de diversos tamanhos sendo oferecidos, Di Si projeta que o segmento vai continuar a crescer no Brasil, “podendo chegar de 25% a 30% das vendas” no País, quase que se igualando ao grupo de hatches compactos, o maior até agora. Aliás, o executivo adianta que a Volkswagen não abandonou esse mercado e deverá apresentar novidades em 2019. “Ainda não estamos em segmentos de entrada como o do (Renault) Kwid”, dá a pista.

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Sobre a tendência de eletrificação, De Si lembra que a Volkswagen tem meta de ser líder mundial em vendas de veículos elétricos “e o Brasil não ficará de fora, mas aqui já temos a força do etanol (para reduzir emissões); mas vamos lançar uma versão elétrica e outra híbrida do Golf em 2019 e vamos ver como esse mercado evolui”, esclarece.