Volkswagen vê crescimento maior em 2018
As exportações
Aumento das vendas domésticas e externas
Dos 20 lançamentos de modelos completamente novos prometidos até 2020, 13 serão produzidos no Brasil, dois na Argentina e os cinco restantes serão importados do México (como os novos Jetta e Tiguam que chegam este ano) e da Alemanha (caso dos Golf elétrico e híbrido que vêm em 2019). De acordo com Di Si, a maior parte dos investimentos em fábricas já foi feito e o programa de R$ 7 bilhões é suficiente para aplicar exclusivamente no desenvolvimento de produtos – R$ 2,6 bilhões foram direcionados para produzir Polo e Virtus sobre a plataforma MQB em São Bernardo.
Produção acelera
Conforme os novos produtos vão chegando, as linhas de produção da Volkswagen no Brasil vão reduzindo sua ociosidade. Em São Bernardo a adição do Virtus acionou o terceiro turno e a fábrica hoje opera a plena capacidade, todos os funcionários afastados em layoff foram chamados de volta. Em Taubaté (SP), a operação em dois turnos envolve a fabricação do Gol, Voyage e Up!, mas Di Si avisa que a unidade deverá receber em breve “uma nova plataforma global”.
Só em São José dos Pinhais (PR) o nível de atividade segue baixo, com a produção do Fox e Golf em um só turno e 600 empregados afastados em layoff. “Deveremos acelerar isso antes do fim deste ano com a fabricação do SUV compacto T-Cross no Paraná, também feito sobre a plataforma MQB”, confirma o presidente. Ele também confirma que novidade deverá estar exposta no estande da marca no Salão do Automóvel de São Paulo, em novembro próximo.
Fábrica de motores de São Carlos
A fábrica de motores de São Carlos (SP) também segue em ritmo acelerado. São duas linhas, uma opera em dois turnos e outra em três (a que produz a linha EA211 de motores com bloco de alumínio). Parte significativa do impulso vem das exportações do motor EA211 1.4 TSI turbinado para o México e Alemanha.
Somando tudo, se o mesmo ritmo for mantido, Di Si estima que a Volkswagen poderá retomar contratações a partir de 2019 ou 2020. “A ociosidade está diminuindo, mas ainda é grande”, pondera.
Maior abrangência
Com todos os lançamentos previstos, Di Si destaca que a Volkswagen na América do Sul vai aumentar sua cobertura de mercado dos atuais 70% para 92%. A marca vai passar a concorrer em segmentos onde não atuava e o principal é o de SUVs compactos, lacuna que começa a ser preenchida pelo T-Cross paranaense a partir do fim deste ano, quando começa a competir na faixa que mais cresce no Brasil e região.
O executivo reconhece que “foi um erro não termos entrado antes no segmento de SUVs, já dissemos isso, mas estamos corrigindo isso muito rápido com 20 lançamentos previstos e cinco deles para a América Latina”, destaca. Entre eles, o primeiro dessa safra será o novo Tiguan mexicano de sete lugares, que chega ainda no primeiro semestre, depois entra em produção no Paraná o T-Cross compacto, na Argentina será feito outro SUV intermediário, e Di Si revela que está previsto outro de porte pequeno, menor que o T-Cross.
Aumento da segmentação
Com o aumento da segmentação, com SUVs de diversos tamanhos sendo oferecidos, Di Si projeta que o segmento vai continuar a crescer no Brasil, “podendo chegar de 25% a 30% das vendas” no País, quase que se igualando ao grupo de hatches compactos, o maior até agora. Aliás, o executivo adianta que a Volkswagen não abandonou esse mercado e deverá apresentar novidades em 2019. “Ainda não estamos em segmentos de entrada como o do (Renault) Kwid”, dá a pista.
Sobre a tendência de eletrificação, De Si lembra que a Volkswagen tem meta de ser líder mundial em vendas de veículos elétricos “e o Brasil não ficará de fora, mas aqui já temos a força do etanol (para reduzir emissões); mas vamos lançar uma versão elétrica e outra híbrida do Golf em 2019 e vamos ver como esse mercado evolui”, esclarece.