As siderúrgicas brasileiras recuperaram no mês passado parte do mercado que haviam perdido para produtos estrangeiros, com destaque para a demanda por aço longo, mostram dados do Instituto Aço Brasil.
Demanda por aço longo
A divulgação oficial será feita hoje, com a análise dos dados e as perspectivas para o restante do ano. Os números foram revelados ontem, com antecedência, em um relatório do Itaú BBA.
Durante outubro, o consumo aparente de produtos siderúrgicos – índice que reúne tanto vendas internas quanto importações – totalizou 1,65 milhão de toneladas, leve queda de 0,1% em comparação anual. Sobre o mês imediatamente anterior, houve recuo mais forte, de 6,4%.
A quase estabilidade
A quase estabilidade foi possível porque, apesar de a entrega das usinas ter diminuído, as importações também foram menores. Além disso, enquanto o consumo de aços planos – com maior uso no setor automotivo e na fabricação de eletrodomésticos – piorou, houve recuperação substancial de aço longo — mais utilizados na construção.
As vendas internas das siderúrgicas avançaram 6,8% em outubro, ante o mesmo período de 2016, para 1,47 milhão de toneladas. Considerando só produtos planos, houve queda de 1,6%, para 824 mil toneladas, mas em longos foi observada alta de 17,7%, para 611 mil toneladas. As vendas totais caíram 5,1% em relação a setembro.
Importação
Já o nível de importação foi a 186 mil toneladas, 34% a menos em comparação anual e baixa de 15,8% de um mês para o outro.
“Foi o maior incremento em comparação anual para as vendas internas de longos desde o começo de 2011”, ressalta o Itaú. “Acreditamos que os volumes mais fortes se explicam principalmente pela tendência melhor do setor industrial, além de uma recuperação modesta da construção civil”.
Os dados do Aço Brasil também mostram que a produção de aço bruto no país chegou a 3,05 milhões de toneladas no mês passado. Em comparação anual, há aumento de 3,9%, e sobre setembro, avanço de 2,9%.
Já as vendas ao mercado externo, que têm ajudado a impedir uma queda maior no uso de capacidade das empresas, cresceram 29,8%, também em comparação anual, para 1,37 milhão de toneladas. De um mês para o outro, ocorreu retração de 5,7%.
“O volume mais forte beneficia principalmente a Gerdau, porque vai ajudar a companhia a diluir seus custos fixos e abre espaço para um potencial aumento de preços”, comentam os analistas Marcos Assumpção, Daniel Sasson e Carlos Schmidt, que assinam o relatório do Itaú.
Ontem, as ações preferenciais da Gerdau terminaram em alta de 1,09% na B3, para R$ 11,10, e as da Usiminas, com queda de 3,99%, para R$ 8,90. A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) teve desvalorização de 3,34, para R$ 7,52.