A queda no mercado de veículos importados continua persistente, chegando a 22% na comparação anual do acumulado até setembro, conforme dados divulgados na quarta-feira, 4, pela Abeifa, associação que reúne as importadoras e também fabricantes. Em nove meses, o segmento emplacou 21,2 mil unidades contra as mais de 27,2 mil registradas em mesmo período de 2016. Com isto, a participação dos importadores no mercado ficou em 2,18% no acumulado do ano, incluindo os veículos emplacados que foram produzidos pelas associadas que têm fábrica no Brasil, totalizando o licenciamento de 34,2 mil.
O fim do Inovar-Auto é um alento para o setor de importados
“A menos de 90 dias, o fim do Inovar-Auto é um alento para o setor de veículos importados, que poderá vislumbrar a possibilidade de retomar suas vendas. Chegamos ao auge de 199 mil veículos licenciados em 2011, caímos para 35 mil no ano passado e nossa previsão é fechar o ano com 27 mil unidades. Com o fim dos 30 pontos porcentuais extras do IPI, o setor projeta recuperação lenta. Podemos chegar a 40 mil unidades em 2018”, argumenta o presidente da entidade, José Luiz Gandini.
Fim dos 30 pontos extras no IPI
O executivo reforça que com o fim dos 30 pontos extras no IPI em 31 de dezembro e início da nova política industrial Rota 2030 os preços de veículos importados não deverão cair. “Ao contrário, uma vez habilitadas ao Rota 2030, empresas que não conseguirem cumprir metas a serem estabelecidas pela nova política industrial poderão ter seus produtos com preços majorados”, explica.
Segundo a entidade, durante os cinco anos de vigência do Inovar-Auto, a maioria dos seus associados não arriscou vender volume acima da cota anual de 4,8 mil unidades, sobre as quais não incide os 30 pontos extras do imposto. Com isto, a Abeifa indica que o setor não praticou preços considerando o IPI maior.
“Infelizmente, a forma de comunicação do fim do Inovar-Auto à sociedade brasileira já tem causado reflexos imediatos nas redes de concessionárias de veículos importados. Por esse motivo, é fundamental que, a três meses das novas regras do setor automotivo, esclarecimentos mais precisos sejam prementes”, analisa o executivo.
Setor de importados passa a ter isonomia
Além disso, Gandini afirma que com o fim do Inovar-Auto, o setor de importados passa a ter isonomia com relação aos produtos aqui fabricados. “Sem a limitação por cota e sem o IPI maior, as associadas preveem alcançar vendas de 40 mil unidades em 2018, algo em torno de 1,9% [de participação] se confirmado vendas totais do mercado interno de 2,1 milhões de unidades. Este market share é bastante salutar à cadeia automotiva brasileira. Além de balizar preços finais ao consumidor, os veículos importados podem e devem contribuir com a atualização de tecnologias e até design, lembrando sempre que podemos contribuir com o processo de retomada de utilização de mão de obra”, finaliza Gandini.
Das 17 associadas, cinco possuem fábrica no Brasil: BMW, Chery, Land Rover, Mini e Suzuki, cuja produção chegou a pouco mais de 13 mil unidades, aumento de 50,8% sobre os 8,66 mil veículos fabricados em mesmo período do ano passado.