Aplicações mais sofisticadas
Uma realidade no Brasil, embora a frota seja pequena em comparação às de países mais avançados, o carro conectado une montadoras e grandes empresas de tecnologia no esforço de criação de um ecossistema de desenvolvimento de aplicações mais sofisticadas do que as que estão disponíveis atualmente para motoristas e passageiros.
Transformação do veículo
O movimento reforça a tendência de transformação do veículo em uma plataforma de mobilidade digital. Para tanto, as montadoras formalizam parcerias que possibilitam o uso de aplicações desenvolvidas em plataformas abertas, explica Douglas Silva, gerente de estratégia da Accenture, citando como exemplos as plataformas Apple CarPlay, Android Auto e MirrosLink.
O Brasil ainda está na primeira geração
O Brasil ainda está na chamada primeira geração de carro conectado, na qual há uma extensão para os veículos das funcionalidades que rodam no aparelho celular. A plataforma Apple CarPlay possibilita conexão com iPhones, enquanto as aplicações escritas no Android Auto e no MirrorLink são destinadas a celulares Android. “Tem sido comum as montadoras adotarem mais de uma plataforma para atender clientes”, acrescenta Douglas.
As montadoras também podem lançar mão de plataformas próprias de desenvolvimento de aplicações para integrar o carro conectado. A General Motors oferece aos seus clientes um pacote de funcionalidades baseadas no seu sistema On Star, que conecta o usuário a uma central de serviços. A Ford conta com o Sync, enquanto a Fiat e a Volkswagen utilizam, respectivamente, as plataformas Uconnect e Car-net.
Sistemas próprios se integram com as plataformas abertas
Os sistemas próprios se integram com as plataformas abertas e têm como grande apelo a possibilidade de a montadora oferecer serviços diferenciados no mercado. A tendência, porém, é haver um mix de adoção, avalia Marlos Bosso, consultor de prévendas da SAS Brasil.
Funcionalidades relacionadas a informação, entretenimento e localização
Atualmente, os carros conectados no Brasil incorporam funcionalidades relacionadas a informação, entretenimento e localização. Bosso cita como exemplo a possibilidade de o motorista, por comando de voz, acessar o serviço de música Spotify pelo smartphone, “sem tirar as mãos do volante, desviar a atenção do trânsito ou parar o carro para mexer no celular”.
A Embratel apresentou recentemente um modelo de carro conectado, o utilitário esportivo XC 60 da Volvo, cujas funcionalidades abrangem localizador de veículo, travamento remoto de portas, partida remota do motor e ar-condicionado, telemetria, diário de bordo, serviço de assistência 24 horas, sistema de rastreamento de veículo roubado e mecanismo de notificação automática de colisão.
Chip da Embratel
O modelo integra a lista de 550 mil carros que saem de fábrica com o chip da Embratel, uma das principais fornecedores de tecnologia de conectividade para montadoras, com uma fatia de 95% do mercado nacional, segundo Ney Acyr Rodrigues, diretor de negócios de IoT da operadora.
No Brasil, o chip (SimCard) da Embratel conecta todos os modelos de automóveis da BMW e General Motors. A operadora tem parceria também com a Volvo, a Ford e a Mercedes para o segmento de caminhões. “Estamos desenvolvendo projetos de novos serviços ‘on-board’ de valor adicionado e uma parceria para prestação de serviços de gestão de frotas de veículos comerciais”, diz Rodrigues.
Nível de conectividade mais avançado
Para a próxima onda de evolução tecnológica do carro conectado espera-se um nível de conectividade mais avançado, com a integração de aplicações que permitirão controle mecânico do veículo. A manutenção preventiva pode ser substituída pela manutenção preditiva, exemplifica Bosso. “O sistema informa quando os componentes do carro deverão ser trocados, o que reduz o tempo de paradas para manutenção e melhora o desempenho do carro”.