O Índice Nacional de Expectativa do Consumidor (INEC) aumentou 1,4% em abril na comparação com março e atingiu 103,4 pontos, depois da queda de 2,3% registrada em março. Com isso, ficou 6,1% acima do verificado em abril de 2016, quando foi de 97,5 pontos.
Mesmo assim, o indicador continua abaixo da média histórica, iniciada em março de 2001, que é de 108,6 pontos, informa a pesquisa divulgada nesta quarta-feira, 19 de abril, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
O aumento do INEC é resultado da melhora das perspectivas dos brasileiros em relação à inflação, ao emprego, à renda pessoal, ao endividamento e à situação financeira para os próximos seis meses. Melhoraram, especialmente, as perspectivas sobre a evolução dos preços.
O indicador de expectativas para a inflação subiu 5,8% em relação a março e está 9,3% acima do registrado em abril do ano passado. Quanto maior o índice, maior é o número de pessoas que espera a queda da inflação.
O indicador de expectativa de desemprego subiu 2% em abril frente a março e ficou 6,8% maior do que o de abril de 2016, mostrando que um maior número de pessoas aposta na redução do desemprego. O indicador de expectativa de renda pessoal aumentou 1,1%, o de endividamento cresceu 3,3% e o de situação financeira teve alta de 0,9% neste mês frente a março.
Só o indicador de compras de bens de maior valor, como eletrodomésticos e móveis, recuou neste mês. A queda na comparação com março foi de 1,7% e, em relação a abril de 2016, alcançou 2,1%, mostrando que as pessoas estão cautelosas com as compras.
INEC é um índice que antecipa tendências
O INEC é importante porque antecipa tendências de consumo. Consumidores com perspectivas positivas em relação ao emprego e à situação financeira tendem a comprar mais, o que contribui para a retomada da atividade econômica.
Conforme o economista da CNI Marcelo Azevedo, isso ocorre porque, mesmo com a melhora registrada neste mês, o INEC continua abaixo da média histórica. A disposição para as compras de maior valor aumentará quando os consumidores estiverem mais otimistas com o futuro. “Na medida em que as expectativas melhorarem e forem suficientes para estimular o consumo teremos o aquecimento da produção e da demanda”, afirma Azevedo.