A relação entre os preços do etanol e gasolina atingiu em janeiro nova marca histórica de alta, de acordo com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). De dezembro para o primeiro mês deste ano, passou de 75,81% para 77,45%. Trata-se do maior resultado para o mês desde 2003, quando a Fipe iniciou a coleta.
Para especialistas, o uso do etanol deixa de ser vantajoso quando o preço do derivado da cana-de-açúcar representa mais de 70% do valor da gasolina. A vantagem é calculada considerando que o poder calorífico do etanol é de 70% do poder do combustível fóssil. Com a relação entre 70% e 70,5%, é considerada indiferente a utilização de gasolina ou etanol no tanque.
Etanol e gasolina
O coordenador do levantamento da Fipe, André Chagas, afirma que é o quarto mês consecutivo que a relação etanol/gasolina ficou acima de 70% e o segundo ano seguido que ultrapassa essa marca. “A tendência é que continue elevada”, estima.
No Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a taxa de inflação na capital paulista, os preços dos combustíveis seguiram elevados para o período. Em janeiro, o etanol ficou 4,00% mais caro, enquanto a gasolina teve alta de 1,80%. Já no mesmo mês do ano passado, os preços estavam 2,02% e 0,58% mais elevados. Com isso, o grupo Transportes no IPC ficou em 0,50% em janeiro de 2017, na comparação com 0,53% em dezembro.
Chagas ressalta que a alta em Transportes só não foi maior pois neste ano houve redução no valor de seguro obrigatório para veículos. No IPC, o item licenciamento teve recuo de 4,30% na leitura de janeiro. Já o IPC desacelerou para 0,32% no primeiro mês do ano, depois de 0,72% em dezembro. (DCI/Agência Estado)