Mercado de veículos leves
É tempo de mudanças para o mercado de veículos leves no Brasil. As montadoras têm avaliado novas tecnologias objetivando maiores ganhos de eficiência, o que inclui redução de emissões e aumento de economia de combustível.
Essas mudanças não estão acontecendo por acaso. O Brasil implementou o programa Inovar Auto para fomentar (dentre outros objetivos) a busca por níveis mais avançados de eficiência energética. Através desse programa, incentivos fiscais são oferecidos às empresas que investirem em pesquisa e desenvolvimento a fim de (atingir) as metas compulsórias de eficiência energética, e multas serão aplicadas àquelas que não atingirem as metas.
OEMs
Para muitos OEMs, a solução para esse desafio envolve a introdução de novas tecnologias automotivas e modificações nos motores. Essas modificações incluem estratégias como o “downsizing” de motores, onde motores menores e com menos cilindros são construídos com a capacidade de entregar a mesma potência de motores maiores. A injeção direta de combustível (GDI), que é um sistema que injeta o combustível diretamente na câmara de combustão, está começando a substituir a injeção do tipo PFI (Port Fuel Injection) em alguns novos modelos de veículos com o intuito de entregar mais economia de combustível. Turbo compressores também têm sido utilizados para aumentar a potência desses novos veículos, e, em alguns casos, combinados com a injeção direta de combustível (TGDI).
Start -Stop
No entanto, uma nova tecnologia tem chamado a atenção devido a sua relevância com as condições de condução no Brasil – O dispositivo start-stop. Esses dispositivos são baseados em softwares que detectam a condição atual do veículo, desde posição do pedal, nível da bateria e outros fatores definidos conforme estratégia de cada OEM, e determinam se o motor deve ser desligado ou ligado. Os benefícios de economia de combustível são óbvios. Nas ruas e rodovias constantemente congestionadas no Brasil, a quantidade de tempo que um veículo permanece em ponto morto pode ser substancial. Ao desligar o motor nesses momentos, combustível é economizado e as emissões são reduzidas. De fato, dispositivos start-stop são muito mais efetivos quando as condições de condução são as piores.
Soluções econômicas
Dispositivos start-stop são soluções bastante econômicas para os OEMs, pois exigem investimentos menores quando comparados com a opção de redesenho de motores. Essa combinação de economia e eficiência torna esses dispositivos muito atrativos, e o mercado de veículos leves tem a expectativa de ver muito mais desses sistemas nos próximos anos. O número de veículos equipados com a tecnologia start-stop crescerá numa média anual de 41% entre 2017 e 2023 (de acordo com a IHS, agosto de 2016).
Esses sistemas, entretanto, constituem um conjunto único de desafios para os lubrificantes. Na medida em que a demanda por dispositivos start-stop aumenta, maior será a necessidade de utilização de lubrificantes com níveis mais avançados de proteção.
Entendendo os desafios do start-stop
Os desafios provocados por dispositivos start-stop estão relacionados com os diferentes regimes de lubrificação resultantes da operação do motor em diferentes condições. Problemas potenciais de desgaste podem ocorrer no motor quando o lubrificante atua no regime limítrofe de lubrificação, onde as partes metálicas estão em contato direto. No regime de lubrificação limítrofe a única proteção existente entre as partes metálicas é proveniente da química dos aditivos utilizados na formulação do lubrificante.
Entendendo os Regimes de Lubrificação
O entendimento do porquê os dispositivos start-stop constituem um desafio para o lubrificante depende do entendimento dos diferentes regimes de lubrificação: Hidrodinâmico, Misto e Limítrofe.
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