Acordo Petrobras – Total
A Petrobras assinou com a empresa francesa Total um acordo geral de colaboração (Master Agreement) relacionado à parceria estratégica estabelecida no memorando de entendimentos firmados, em 24 de outubro, pelo presidente Pedro Parente e o presidente da Total, Patrick Pouyanné.
A transação tem o valor global estimado de US$ 2,2 bilhões, incluindo entrada de caixa à vista, pagamentos contingentes e um carrego de investimentos no desenvolvimento da produção de ativos comuns às duas empresas, a ser pago pela conforme o caso.
Nível de cooperação tecnológica
Com o novo acordo, eleva-se substancialmente o nível de cooperação tecnológica nas áreas de geociências, sistemas submarinos e estudos conjuntos em áreas de mútuo interesse, com vistas à redução de riscos dos investimentos e aumento da probabilidade de sucesso exploratório nos próximos anos.
As empresas também serão parceiras nos campos de Iara e Lapa, no pré-sal da Bacia de Santos e em duas usinas térmicas, com compartilhamento de infraestrutura do terminal de regaseificação, localizados na Bahia.
Há também o comprometimento de aprofundar suas atividades conjuntas no exterior e a Petrobras tem a opção de assumir uma participação na área de Perdido Foldbelt, no setor mexicano do Golfo do México.
A assinatura dos principais contratos de compra e venda (Sale and Purchase Agreements – SPA) referentes aos ativos deste acordo estão sujeitos às aprovações internas e dos órgãos de controle e fiscalizadores externos – incluindo o Tribunal de Contas da União – ao potencial direito de preferência dos atuais parceiros de Iara, além de outras condições precedentes. As duas empresas têm o compromisso de realizar os esforços necessários para a assinatura de todos os contratos em até 60 dias.
Plano de Negócios e Gestão 2017-2021 da Petrobras
A realização de parcerias estratégicas é uma parte importante do Plano de Negócios e Gestão 2017-2021 da Petrobras, pois contribui para mitigação dos riscos, fortalecimento da governança corporativa, compartilhamento de informações, experiências e tecnologias além de melhoria na financiabilidade da companhia através da entrada de caixa e desoneração dos investimentos.
A Petrobras confirma que tem forte similaridade com a Total na área de exploração e produção, compartilhando uma relevante base comum de ativos de E&P e a busca de desenvolvimento tecnológico em temas similares.
As duas empresas já são parceiras em 19 consórcios de exploração e produção no Brasil e no exterior, com projetos importantes como a área de Libra, na camada pré-sal, sendo o primeiro projeto de partilha de produção, e áreas de exploração na Margem Equatorial, na Bacia do Espírito Santo e na Bacia de Pelotas. Além disso, são sócias no gasoduto Bolívia-Brasil.
Principais termos estabelecidos no acordo com a Total
– cessão de direitos de 22,5% para a Total, na área da concessão de Iara (campos de Sururu, Berbigão e Oeste de Atapu) no Bloco BM-S-11. A Petrobras continua como operadora e a detentora da maior participação dessa área, com 42,5% do total;
– cessão de direitos de 35% do campo de Lapa no Bloco BM-S-9 com a transferência da operação para Total. A Petrobras fica com 10% de participação nesta concessão;
– A Petrobras tem a opção de assumir 20% de participação no bloco 2 da área de Perdido Foldbelt no setor mexicano do Golfo do México, adquiridos pela Total em parceria com a Exxon, na rodada de licenciamento promovida pelo governo do México, em 05/12/2016;
– compartilhamento do uso do terminal de regaseificação da Bahia, com capacidade de 14 milhões de m³/dia;
– parceria, com 50% de participação da Total, nas térmicas Rômulo de Almeida e Celso Furtado, localizadas na Bahia, com capacidade de geração de 322 MW de energia;
– estudos conjuntos nas áreas exploratórias da Margem Equatorial e na área sul da Bacia de Santos, aproveitando a sinergia existente entre as duas companhias, já que cada uma detém destacado conhecimento geológico nas bacias petrolíferas situadas nas duas margens do Atlântico;
– acordo de parceria tecnológica nas áreas de processamento geológico e sistemas de produção submarinos, onde as empresas detêm conhecimentos complementares e que podem potencializar os ganhos da aplicação de novas tecnologias nas áreas em parceria.