Chega no pior momento da perspectiva da economia porque nesse momento está com inflação acima do teto da meta. Está em um quadro recessivo indo para uma recessão esse ano. Nesta quarta-feira (04), o Banco Central sobe a taxa de juros e o quadro fiscal é muito ruim. O Brasil teve déficit primário e está com déficit nominal, que junta tudo. Inclusive o que o Brasil paga de juros da dívida interna, de 6,7% do PIB. Isso é um número altíssimo.
Então, a equipe econômica está tomando medidas de cortes de gastos, de aumento de receitas na direção de melhorar esses números. Está fazendo esforço para melhorar esses números independentemente de algumas medidas serem melhores ou piores que outras independentemente da qualidade das medidas. Está tomando medidas na direção certa.
As medidas chegam nesse momento conflagrado do Congresso. E aí fica mais difícil e mais incerta a situação.
Foco das agências com números ruins da economia brasileira
Uma coisa é o rebaixamento da Petrobras. Isso preocupa, já foi rebaixada pela Moody’s, pode ser rebaixada por outras agências. Mas, o que preocupa muito mesmo o governo é o rebaixamento do próprio Brasil. Porque perderia o grau bom para investimento, o selo de bom pagador.
As agências olham duas coisas. Primeiro, como está a situação, agora está ruim. Mas qual a dinâmica? Vai melhorar? O ministro e os secretários vão tentar mostrar para eles que vai melhorar porque estão tomando medidas nessa direção.
Mas, eles também têm um olho na política. A política brasileira deixará essas medidas virar realidade. Então, eles vão olhar essas duas coisas. Para onde vai a dívida e como está a dívida. Para onde vai déficit e como está o déficit agora. É um momento que realmente em que política e economia estão em uma tensão enorme.
Avaliação das agencias pesa na economia do país. Em um mercado de grau de investimentos circulam US$ 15 trilhões. No mercado de risco circula de US$ 1 trilhão a US$ 2 trilhões. Todos os fundos de investimento olham o que as agências dizem.