Ponto de saturação
Por: Marcos Thadeu Giacomini Lobo
É incontestável que a água não tem boas propriedades lubrificantes, sendo bastante prejudicial à condição em serviço das superfícies metálicas de peças em movimento e de óleos lubrificantes.
É fato, no entanto, que, em algumas condições de operação e ambientes, a contaminação dos óleos lubrificantes por água é mais insidiosa que a de material particulado sólido, sendo esta situação, com certa frequência, negligenciada como causa primária de avarias catastróficas de equipamentos industriais e móveis.
Um mancal de rolamento, por exemplo, pode ter a sua vida útil em serviço reduzida em três quartas partes, se a concentração de umidade no óleo lubrificante for 0,1% (1000 ppm ou mg/kg) e ter aumentada consideravelmente a razão de desgaste.
A concentração máxima aceitável de água em óleos lubrificantes em regime de serviço dependerá de fatores como:
- sensibilidade do óleo lubrificante e do maquinário à água;
- tempo de permanência da água no óleo lubrificante;
- volume de óleo lubrificante e área superficial em interface com a água;
- mobilidade da água no interior do sistema de lubrificação do equipamento;
- temperatura de operação do óleo lubrificante no sistema de lubrificação.
Os citados fatores, quando atuam de forma individual, já representam significativo potencial para causar falhas em maquinários. Porém, atuando em consonância, podem causar rapidamente avarias catastróficas em equipamentos móveis e industriais. Para se determinar os Limite de Alerta e Limite Crítico para umidade em determinado maquinário, devem ser consideradas sua criticidade, questões de segurança, necessidade de confiabilidade, custos dos reparos em caso de avarias etc. Em outras palavras, se o equipamento tem necessidade extrema de disponibilidade e se sabe que a metalurgia de ligas metálicas que compõem peças do maquinário ou o óleo lubrificante em uso são sensíveis ao efeito deletério da água, é razoável adotar baixos limites de concentração de água.
Leia o restante do artigo na revista LUBES EM FOCO – edição 73, apresentada abaixo: