New Holland mostra trator-conceito a biometano

Fabricante considera a produção local do modelo se houver condições favoráveis

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New Holland
Trator a biometano

New Holland

A fabricante de máquinas agrícolas New Holland trouxe ao Brasil um novo trator-conceito movido a biometano. O equipamento foi produzido em Basildon, na Inglaterra. Utiliza um motor FPT de seis cilindros e 180 cavalos próprio para a queima de gás. Sua chegada ao mercado mundial é aguardada em cerca de três anos.

Trator-conceito

“Ele poderá ser produzido no Brasil. Isso pode levar quatro, talvez cinco anos, vai depender de uma série de fatores”, afirma o vice-presidente da New Holland para a América Latina, Rafael Miotto.

Ele se refere a condições favoráveis ao surgimento de biodigestores em propriedades agrícolas e com isso a utilização de máquinas que consumam o biocombustível em vez de diesel. Com autonomia estimada entre cinco e seis horas de uso contínuo, o protótipo será a grande atração da New Holland na Agrishow, maior feira agrícola do País, que ocorre de 30 de abril a 4 maio em Ribeirão Preto (SP).

Aproveitar melhor os espaços

Em vez de tanques cilíndricos, os reservatórios do trator têm formato irregular para aproveitar melhor os espaços ao redor da máquina. O custo-benefício prometido será similar ao de um modelo a diesel.

Em 2013 a multinacional apresentou seu primeiro trator movido a metano, o modelo T6. Em 2017 trouxe ao Brasil o equipamento, que roda em testes na Chácara Marujo, em Castro (PR), com boa aceitação por causa do desempenho equivalente ao similar a diesel.

Sustentabilidade e inovação ditam as regras em qualquer trabalho novo que iniciamos na empresaNilson Righi, gerente de marketing

Biometano é consumido pelo trator

Na propriedade paranaense foram construídos um biodigestor e outras instalações por iniciativa do pecuarista Jan Haasjes, a um custo aproximado de R$ 3,5 milhões. Os itens foram importados da Alemanha e basicamente transformam em gás combustível os dejetos de sua criação de cerca de 10 mil porcos. O biometano é consumido pelo trator, por duas empilhadeiras e uma caminhonete.

O excedente é transformado em energia elétrica, utilizada parcialmente dentro da propriedade e também repassada à cooperativa local. Toda a estrutura foi bancada por Haasjes, sem a utilização de linhas de financiamento.

A New Holland reforça a importância do apoio da legislação a esse tipo de iniciativa: “Temos procurado os governos federal e estaduais por causa da viabilidade dessas máquinas a biometano. O importante é que haja uma desburocratização que acelere as regulamentações para o uso do gás, até porque não seriam necessários grandes subsídios”, afirma Miotto.

Design atual

O trator-conceito surgiu a partir de esquetes enviados de diferentes locais: “Temos estúdios em Chicago (EUA), Lion (França), Turim e Modena (Itália). Gosto de promover a competição entre eles”, afirma o diretor de design da CNH Industrial, David Wilkie.

O novo trator usa câmeras em vez de retrovisores e tem faróis e lanternas integrados à carroceria. O assento do tratorista é feito em gomos que reproduzem o logotipo da New Holland. Há uma tela com informações no centro do volante e outra maior e mais próxima ao teto.

De acordo com a New Holland, o novo trator tem a mesma durabilidade e intervalos de serviço iguais aos de um similar a diesel, mas emite 10% menos gás carbônico e reduz o total de emissões em 80%. Ainda segundo a companhia, a emissão de particulados é 99% menor.

Outros Destaques para a Agrishow

A New Holland guardou alguns novos produtos para a feira agrícola que começa na próxima segunda-feira. De acordo com Miotto, a companhia levará uma nova colheitadeira, modelo 10.90; uma nova família de pulverizadores; e um trator grande (modelo T9) disponível com linhas de crédito similares às do Finame, mas fornecidas pelo próprio Banco CNH. “É uma máquina que se paga facilmente porque faz o trabalho de quatro tratores”, afirma o executivo.

Outro destaque na Agrishow será o sistema de telemetria desenvolvido em parceria global com a Climate Corp. Ele faz o gerenciamento “escritório-máquina” da produção agrícola.