O mercado brasileiro de lubrificantes foi impactado, no ano de 2015, por três importantes fatores que, quando associados, produziram efeitos de turbulência, por vezes contraditórios entre si, aumentando as dificuldades para uma determinação precisa dos volumes envolvidos. Crise, qualidade e controle de dados de produção merecem destaque em uma análise mais profunda sobre o desempenho do mercado. A crise político-econômica foi fundamental para o direcionamento negativo dos números de mercado, enquanto atuaram, de forma significativa, os aspectos regulatórios provenientes das diretrizes da ANP relativas aos níveis mínimos de qualidade dos óleos lubrificantes e ao monitoramento dos dados de produção e movimentação de produto, o SIMP. O resultado final foi uma queda no volume total de óleos lubrificantes da ordem de 7,2%, quando comparado ao ano anterior, com 1,375 milhão de metros cúbicos, voltando a níveis comparáveis aos do ano de 2011.
Os números do mercado brasileiro
Diante da complexidade e das dificuldades de precisão para os números oficiais, a pesquisa realizada pela revista Lubes em Foco vem, ao longo dos anos, focando o contato direto com todos os segmentos de mercado e também executando uma exaustiva análise de coerência entre as informações obtidas.
Ao movimentar um montante aproximado de R$ 20,4 bilhões e com volume final em torno de 1,375 milhão de metros cúbicos, o mercado de lubrificantes, em 2015, dividiu-se na proporção aproximada de 72% para o segmento automotivo e 28% para o industrial, conforme metodologia de divisão adotada pelas grandes empresas. A queda total de 7,2% em relação ao ano anterior foi um reflexo das quedas de volume em todas as regiões do país.As nove empresas associadas ao Sindicom responderam por 84%, tendo a BR Distribuidora como líder, com uma fatia de 25,4% de participação. Ipiranga e Cosan (Mobil) vêm depois, em disputa acirrada, com 14,2 e 14,1%, respectivamente, seguidas de Chevron (8,6%), Petronas (8,4%) e Shell (7,9%). Castrol e Total seguem a lista com 1,9% cada uma e YPF fecha o grupo com 1,6%.
O mercado de óleos básicos
Com um mercado local de 1,320 milhão de metros cúbicos, equivalentes à cerca de 1,188 milhão de toneladas, e uma exportação de cerca de 47 mil metros cúbicos, o Brasil ainda necessitou contar com a importação de aproximadamente 35,8% para suprir suas necessidades. Em 2015, vieram do exterior mais de 490 mil m3 de óleos básicos, para se somar aos 641 mil m3 produzidos nas refinarias da Petrobrás, sendo o total complementado pela indústria do rerrefino, com uma contribuição de 236 mil m3, equivalente a 17,3% do mercado.