A pesquisa realizada pela revista LUBES EM FOCO, que considera os contatos com os agentes de mercado, números de produção e venda, as informações dos sistemas de comércio exterior, a qualidade dos produtos no mercado e suas análises críticas por técnicos competentes, chega a números bastante confiáveis, apresentando um volume total de óleos lubrificantes acabados, estimado em 1.482.000 metros cúbicos, para o ano de 2014.
O desempenho do mercado brasileiro de lubrificantes, em 2014, foi diretamente impactado pelas características atípicas dos cenários político e econômico, além dos reflexos de uma conjuntura nacional enfraquecida e instável. O resultado foi principalmente afetado pelos primeiros meses do ano, com as festas de carnaval tardias, entrando pela segunda semana de março, e a Copa do Mundo de futebol, em junho e julho, fazendo com que a queda do mercado, no primeiro semestre, chegasse próxima aos 5,5%. No segundo semestre, a campanha eleitoral foi também um fator de impacto para a produtividade das empresas, entretanto, o período foi de recuperação, fazendo com que o resultado final melhorasse significativamente, amenizando a queda para 2,5%.
As variações que ocorreram durante o ano de 2014 sugerem certa flutuação no consumo de lubrificantes, própria de uma economia que procura os espaços para se desenvolver e, ao mesmo tempo, é pressionada pelas dificuldades de um cenário de inflação crescente e baixo consumo. O gráfico 1 representa bem essa flutuação, mostrando as variações percentuais de cada mês, com relação ao mesmo período de 2013, e apontando também para uma pequena melhoria no final do período.
O mercado brasileiro de lubrificantes tem seguido uma trajetória crescente, ao longo dos últimos seis anos, e a queda apresentada no ano de 2014 freia o processo de aceleração, mas ainda deixa números bastante significativos no contexto histórico de sua evolução e também no âmbito mundial.
É evidente o descolamento que o mercado de lubrificantes apresentou dos principais indicadores econômicos do país, até mesmo aqueles mais ligados ao seu segmento, como a indústria automotiva, mostrando um processo de consolidação e maturidade já implantado e em evolução. Entretanto, podemos observar que, apesar do descolamento numérico, a tendência das variações percentuais do mercado tem acompanhado o direcionamento do PIB Nacional, com um fator atenuante importante quando acontece o processo de retração. Uma vez que o PIB apresenta grande ênfase no setor de serviços, que não consome lubrificantes, a variação desse setor o impacta de forma mais acentuada do que o faz com o mercado de lubrificantes, que ainda se alimenta do consumo de veículos, máquinas e equipamentos existentes e em funcionamento.
O mercado de óleos básicos
O Brasil importou, em 2014, aproximadamente 36% de suas necessidades, totalizando cerca de 486 mil metros cúbicos, o que, em comparação ao ano de 2013, representa uma redução de quase 19%.
O mercado de óleos básicos no mundo inteiro guarda uma relação direta com os preços internacionais do petróleo e, por isso mesmo, tem experimentado uma redução bastante significativa de seus preços. Além disso, o aumento da capacidade produtiva de refinarias produtoras de básicos dos grupos II e III fez com que a oferta desses produtos superasse, em muitos casos, a demanda dos grandes centros consumidores, levando os produtores mundiais a buscar novos mercados, sendo a América Latina um foco bastante interessantes para eles. Dessa forma, o Brasil experimentou a chegada de óleos básicos importados ao mercado, com preços bastante competitivos e com alta qualidade.
O consumo de óleos básicos no mercado brasileiro seguiu, por questões óbvias, a tendência de queda do mercado de lubrificantes acabados, entretanto, com algumas particularidades que são importantes analisar. Se observarmos apenas o número final de 1.347.000 metros cúbicos, veremos uma demanda total em queda de 9,6%, em relação ao ano de 2013. É uma redução mais contundente do que a apresentada pelos lubrificantes acabados, e está relacionada principalmente com a queda das importações