Graxa de lítio responde por três quartos da produção mundial

754

A China produz quase tanta graxa quanto a América do Norte e a Europa combinadas, e o resto da Ásia gera, coletivamente, mais do que cada uma dessas regiões ocidentais, e a graxa de lítio é destaque, de acordo com o relatório de produção deste ano do National Lubricating Grease Institute – NLGI.

As 226 empresas em todo o mundo, que responderam à pesquisa do NLGI, relataram produzir 1,17 milhão de toneladas de graxa em 250 plantas no ano passado, ou 1,4 por cento a mais do que o resultado divulgado em 2015. Cerca de 680 mil toneladas desse volume foi produzido na Ásia, e cerca de 408 mil toneladas vieram somente da China.

De acordo com as 81 empresas que responderam à pesquisa na China, mais de 80% da graxa que produziram foi espessada usando sabões de lítio convencionais e complexos.

Graxa de lítio corresponde a 75% da produção mundial

graxa de lítioA graxa de lítio também levou globalmente a parte do leão, subindo ligeiramente no ano para 75% do total mundial. A tendência ecoou na maioria das regiões asiáticas: foi utilizada em 74 por cento da graxa produzida no Sudeste Asiático e área do Pacífico e em 85 por cento no subcontinente indiano.

Isso é surpreendente, observou Tyler Jark, da Lubricating Specialties Co. “Fiquei um pouco surpreso ao ver esse ligeiro aumento, tendo em conta todos os problemas de custo e disponibilidade com suprimento de lítio”, disse ele à reunião anual da NLGI em Olympic Valley, Califórnia, no mês passado.

A graxa de lítio e complexa de lítio têm sido o tipo dominante em todo o mundo há décadas, mas como os preços das matérias-primas derivadas de lítio subiram de forma selvagem ao longo dos últimos dois anos, muitos esperavam ver um menor uso deles este ano, não mais.

O Japão foi o único país asiático a dar lugar a uma maior variedade de tipos de espessantes, mesmo assim, os sabões de lítio ainda mantiveram a maior participação em 58,5 por cento das 81,4 mil toneladas de graxa que os entrevistados do país produziram, mas essa pequena maioria deixou espaço para 23,6 mil toneladas, ou 29 por cento, de graxas de poliureia e complexos de poliureia.

Graxas de cálcio ficam em segundo lugar

O sabão de cálcio foi, ainda que bem distante, o segundo tipo de espessante comum globalmente e na maioria das regiões. O uso pela Índia, principalmente na forma hidratada, chegou a 7,7% dos suas quase 100 mil toneladas de graxa, e o Japão totalizou cerca de 5%, também principalmente na forma hidratada. Na região do Pacífico e Sudeste Asiático a graxa de cálcio correspondeu a 16,5 por cento de suas 70,3 mil toneladas de produto, também na forma hidratada.

O uso de sabões de cálcio pela China, em meio a outros tipos de espessantes (11 por cento) refletiu os 10,5 por cento do mundo, mas as variedades anidras foram mais populares do que em qualquer outro lugar, incluindo a América do Norte e a Europa. Mais de 7%, ou 29 mil toneladas da graxa produzida pelos chineses pesquisados utilizavam sabões de cálcio anidro. Isso significa um aumento sobre os três anos anteriores, e é um salto significativo dos 1,5% relatados pelos entrevistados chineses na pesquisa de 2013, que atingiu a produção total em torno de 446,6 mil toneladas.

Comparação de dados anuais merece cautela

A comparação de dados de um ano para o próximo deve ser, no entanto, feita com cautela, explicou o presidente da NLGI, Chuck Coe, da Grease Technology Solutions LLC.

O grupo de empresas que se voluntariaram para participar variou um pouco desde que a pesquisa foi lançada contemplando o ano de produção de 2013. Sete empresas que contribuíram com dados de produção em 2015 não apresentaram dados para 2016, por exemplo, mas 10 novos participantes o fizeram, juntamente com seus números para os anos anteriores.

Apesar de “haver revisões significativas para os números de produção relativos aos anos de 2013 até 2015,” ainda é uma imagem robusta da atividade de fabricação de graxa, observou Coe no relatório de 2016 da NLGI, Lubricating Grease Production Survey, que inclui dados de todos os quatro anos em que a pesquisa foi realizada, e pode ser baixado aqui.